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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Meu primeiro grito. (#‎PrimeiroAssédio‬)



Com as campanhas e com toda essa movimentação que hoje vemos nas redes para proteger nossas crianças e mulheres, fiquei aqui pensando quando foi o meu primeiro assédio, quando exatamente aconteceu o primeiro episodio de assédio na minha vida. Talvez quando o pai de uma amiga me colocou no colo e senti algo estranho que eu não gostei, hoje eu sei ele estava excitado com uma criança, ou quando um tio nas festas ficava bêbado e tentava ficar passando a mão e eu fugindo porque eu sabia que não gostava e aquilo não era certo, mas preferi aqui  escrever do meu primeiro grito.

Sim foi em forma de grito que vomitei algo que carreguei por três décadas e depois dos meus trinta anos eu verbalizei numa conversa entre amigas em torno da sexualidade, que o pior era ter tido alguém de confiança da minha família entrando no meu quarto no meio da madrugada fedendo a bebida e enquanto dormia-me “bulinava” o que fez um dia passar dos limites, digo passar da calcinha, porque dos limites já havia passado algum tempo, e eu disse chega, gritando que saísse do meu quarto.

Na época fazia terapia para tratar uma depressão profunda que me levou a ficar trancada em casa durante algum tempo porque não conseguia por os pés na rua, nunca esqueço a pergunta da psicóloga: “porque não disse isso antes?” e completou e que aquilo explicaria muitas coisas. A minha resposta: “não sei”. Sim, eu não sabia, era algo que nem eu lembrava conscientemente, pois parecia que tinha posto em baixo do tapete. Foi então que percebi o peso que carregava a culpa de ter atraído aquele monstro, naquela noite, até meu quarto.

Aprendi nesses anos que verbalizar era importante, então fui vencendo meus monstros, primeiro falar com minha mãe, pois sentia a culpa de não ter conseguido falar para ela no outro dia o que tinha acontecido, quando me perguntou. Só consegui dizer nada, ele não fez nada. Mentira, ele tinha estragado minha infância, minha adolescência, minhas relações com outros homens, tinha colocado em mim toda a culpa por acordar com um homem com sua mão na minha vagina, homem que deveria ser de confiança, um adulto que deveria me proteger. Sei que foi doido para ela, chorei muito, às vezes ainda sinto a dor, muito mais leve hoje, pois nunca deixo de verbalizar, a campanha #primeiroassédio começou há alguns anos para mim, e sempre estou nela quando digo, hoje sem vergonha, sem medo ou culpa: sim, eu fui assedia quando criança e o que aconteceu prejudicou a minha vida enquanto mulher durante muito tempo.

Muitas vezes, repetidas vezes precisei ouvir: “a culpa não foi sua, você era uma criança, a culpa não foi sua”, e em menos vezes hoje repito para mim: a culpa não foi minha, e era uma criança de oito anos que deveria ser protegida de todas as formas.

Não quis expor para família toda, me bastei eu e minha mãe, minha psicóloga e outras pessoas que confiei à história, porque a doença dele não me interessava, e o meu interesse era de como eu ia me livrar desse fantasma que carreguei por anos. Por anos me sentia feia, estranha, não conseguia me relacionar com outros homens, talvez esse o motivo que só fui ter minha primeira e verdadeira relação depois dos 20 anos quando eu encontrei um homem que me fez sentir protegida e segura.

Hoje fora de padrões, com celulite, estrias, eu me sinto uma mulher maravilhosa, linda, pois hoje eu sei quem eu sou, e me vejo muito além dos olhos dos outros.

Um pedido, um desejo que tenho cada vez que falo nisso é que nunca mais acontecesse com nenhuma menina, e nenhum menino, pois podem acreditar, nessa minha luta interna a qual expus a ferida também fui confidenciada por homens que na infância sofreram assedio de outros homens e que até hoje carregam com eles esse fantasma. Para eles também disse a culpa não foi tua, se ele é um doente você não é o culpado, pois isso não pode ser o “normal” e o “certo” não era culpa e nunca vai ser do oprimido.

Sabrina
18/12/2015

domingo, 11 de outubro de 2015

Eu tenho um mundo!



Veja-me assim sociável, assim como parece ser, porquê também seja,
Mas saiba que tenho uma parte que gosta de viver em um mundo meu.

Sabrina Sebaje, Ramos como quiser!
11/10/2015



sábado, 26 de setembro de 2015

E por hora...



Às vezes precisamos somente de um pouco 
de calma, um copo de água e tanto de alma.

Sabrina Sebaje, Ramos como quiser!
26/09/2015

sábado, 12 de setembro de 2015

Descobri o Amor



Já não consigo ficar longe,
Quase dependência química,

Mas ainda há muito para descobrir.

Agora, apaixonar-se consigo mesmo

É o que há de melhor.

Sabrina Ramos
11/09/15

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Tempo para tempo.




Estou a procura de tempo.
Tempo para cantar,
Tempo para pintar,
Tempo para pensar na vida,
Ou para pensar em nada.
Tempo para aquela dentro de mim.

Sabrina Sebaje
27/05/2015

sábado, 2 de maio de 2015

Tenho tantas ideias, pensamentos e conceitos que acredito...
É melhor não falar,
muitas mentes vazias não vão entender, 
e gastar latim com a ignorância não vale o desgaste... 
E o mundo assim segue... 
Infelizmente!

Sabrina Ramos
02/05/2015

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